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26/6/25

Hedge Cambial para recebíveis internacionais: como garantir a rentabilidade mesmo com a queda do dólar

By

Michele Loureiro

A oscilação da moeda americana, sensível ao mercado internacional e as notícias no cenário econômico nacional, é um desafio para as empresas que fazem operações em moeda estrangeira. Por isso, o hedge para recebíveis tem se tornado uma estratégia financeira amplamente usada pelas companhias que desejam se proteger do risco de variação do câmbio, especialmente quando há um intervalo entre a emissão da fatura e o efetivo recebimento do valor.

 

Dados da B3, a bolsa de valores, indicam que o volume de contratos futuros de dólar negociados por empresas cresceu cerca de17% nos primeiros quatro meses de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A consultoria Deloitte aponta que mais de 70% das empresas exportadoras de médio e grande porte no Brasil adotam alguma forma de hedge cambial para mitigar a exposição a riscos financeiros. A prática é recomendada principalmente quando há um descasamento entre o momento da venda em dólar e o recebimento do pagamento, o que pode levar a perdas caso haja variação negativa na taxa de câmbio nesse intervalo.

 

Saulo Carvalho, Superintendente Comercial do Ouribank, explica que a utilização de hedge auxilia na preservação das margens dos produtos e serviços, uma vez que define o preço futuro da moeda e dá previsibilidade de caixa para as empresas. “A não utilização desta ferramenta pode acarretar perda de receita e aumento de custos na operação”, diz.

O executivo afirma que houve um aumento relevante na procura por hedge nos primeiros cinco meses do ano por clientes do Ouribank. “Temos um registro de 300% de crescimento em relação ao mesmo período de 2024”, afirma. A oscilação da moeda americana, que começou o ano em R$ 6,33e está na casa dos R$ 5,60, ajuda a compreender o interesse das empresas em fixar os valores.

 

Como funciona o hedge de recebíveis na prática

 

Quando uma empresa realiza uma exportação com pagamento futuro em moeda estrangeira — como o dólar — ela fica exposta ao risco de que a moeda se desvalorize frente ao real até a data do recebimento. Para evitar essa perda de valor, a companhia pode contratar um instrumento de hedge cambial que garanta a conversão futura por uma taxa já definida.

 

Por exemplo, uma empresa exportadora brasileira vende US$ 500 mil em produtos com pagamento em 90 dias. No momento da venda, o dólar está cotado a R$ 5,50. Se, no vencimento, o dólar estiver a R$ 5,30, a empresa receberá R$ 100 mil a menos do que o esperado. Para evitar essa perda, a empresa pode contratar um contrato a termo de câmbio a R$ 5,50, fixando sua receita em reais.

 

Entre as vantagens da ferramenta estão a previsibilidade do fluxo de caixa, proteção da margem de lucro e a redução de incertezas para o planejamento financeiro. “Todos os clientes com recebíveis de moeda estrangeira podem utilizar a ferramenta. Não temos um valor mínimo para as travas, mas a escolha do melhor formato depende do perfil do cliente”, diz Saulo.

Saiba mais sobre as estratégias de proteção cambial.

 

Instrumentos como trava de câmbio, contrato a termo de câmbio (NDF – Non-Deliverable Forward), opções de venda e swaps cambiais são os mais utilizados no mercado brasileiro para operações de hedge. Além da proteção contra desvalorização cambial, essas ferramentas permitem às empresas manter um planejamento financeiro mais assertivo, com previsibilidade de receitas e custos. Para os exportadores, isso significa poder fechar contratos com maior segurança quanto à rentabilidade.

 

A definição da estratégia de hedge deve considerar o perfil da empresa, a exposição ao risco cambial, a capacidade de crédito e o custo das operações de proteção. “Em tempos de instabilidade nas moedas, o hedge torna-se não apenas uma medida de proteção, mas uma vantagem competitiva para empresas que buscam estabilidade financeira e resiliência frente às oscilações do mercado internacional”, afirma Saulo.

 

O executivo destaca que o Ouribank conta com46 anos de história com DNA em câmbio e hedge, além de ter um time de especialistas para apoiar os parceiros e clientes. “Garantimos agilidade  e qualidade, além de competitividade de preço”, afirma.

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