Geopolítica no radar da semana

CAUSA: O cenário parece ser de cautela para os próximos dias, com os investidores mais seletivos diante das incertezas no ambiente global. Os desdobramentos em torno da reunião entre Estados Unidos e Ucrânia adiciona um componente geopolítico relevante, enquanto o simpósio de Jackson Hole concentra atenções pela possibilidade de o presidente do Fed dar pistas mais claras sobre os próximos passos da política monetária americana. Um tom mais duro por parte do Banco Central dos EUA poderia reforçar a valorização do dólar e pressionar moedas emergentes, enquanto sinais de maior flexibilidade trariam algum alívio temporário. No Brasil, além desses fatores externos, os mercados estarão atentos às declarações do presidente do Banco Central, que podem ajustar as apostas sobre a trajetória de juros locais, bem como à leitura do IBC-Br mais fraco, indicador importante de atividade, e às negociações comerciais com os EUA em torno das tarifas, que podem influenciar não apenas o humor dos investidores, mas, também, a trajetória do real no curto prazo.

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CONSEQUÊNCIA: O ambiente de cautela tende a refletir em maior volatilidade das principais variáveis macroeconômicas do Brasil. A taxa de câmbio pode apresentar oscilações mais acentuadas, influenciada tanto pelos sinais vindos do Fed quanto pelas incertezas geopolíticas, o que impacta diretamente as expectativas de inflação. Esse quadro, por sua vez, pode levar a revisões nas projeções para a política monetária doméstica, já que o Banco Central precisará calibrar sua comunicação diante de possíveis pressões externas. Além disso, a leitura do IBC-Br poderá ganhar peso adicional na formação das expectativas de crescimento, enquanto eventuais avanços ou entraves nas negociações comerciais com os EUA tendem a influenciar o humor dos investidores e, em última instância, o apetite por ativos brasileiros.

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