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Relátórios de economia
5/8/2025

Sobre juros, tarifas e indecisões

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA: Na semana passada, tivemos duas decisões de juros importantes, a do FED (Banco Central Americano) e a do Copom, aqui no Brasil. Ambos optaram por manter as taxas estáveis; lá fora no intervalo de 4,25% – 4,50% a.a e aqui em 15% a.a. As decisões também não foram surpresas para os analistas, contudo o FED surpreendeu ao ter dois votos dissidentes a favor de um corte de juros já naquela reunião, contrapondo o duro discurso do presidente logo após a decisão. Já, aqui no Brasil, não tivemos novidades, nem na decisão, nem no discurso, já que o Banco Central manteve o tom pesado, sinalizando que a Selic ficará em 15% a.a. por muito tempo ainda. Mas tudo muito incerto, já que ambas as instituições se mostram preocupadas com o impacto que a política tarifária de Trump terá sobre suas economias. Diante desse cenário, os próximos dados econômicos ganham ainda mais relevância para indicar os possíveis caminhos da política monetária.

CONSEQUÊNCIA: No curto prazo, a postura cautelosa do FED reforça a valorização do dólar, pressionando moedas emergentes e aumentando o custo de financiamento global. Já, no Brasil, a sinalização de Selic alta por um período prolongado pode adiar decisões de investimento e desacelerar o consumo – parece que ainda não estamos vendo isso! Além disso, a incerteza gerada pela política tarifária de Trump adiciona um componente externo de instabilidade, que pode afetar o comércio internacional, alimentar pressões inflacionárias e restringir ainda mais o espaço para cortes de juros – até quando será? Em um ambiente global de baixo crescimento e riscos políticos elevados, a prudência na condução da política monetária é compreensível, mas seus efeitos sobre a confiança e o dinamismo econômico já começam a ser sentidos.

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