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Relátórios de economia
11/11/2025

Mais um capítulo de: por que o dólar está em queda?

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA: O real tem se valorizado diante de um cenário internacional que combina um dólar globalmente mais fraco e fundamentos domésticos ligeiramente melhores – quase todos. Nos Estados Unidos, a greve do governo americano, com a recente retomada das incertezas sobre o futuro dos juros, inflação ainda pressionada e ausência de divulgação dos indicadores de mercado de trabalho, reduziram a atratividade dos ativos americanos, favorecendo as moedas emergentes. Ao mesmo tempo, a China continua mostrando alguma resiliência, sustentando os preços de algumas commodities e beneficiando países exportadores como o Brasil. Internamente, o Banco Central manteve uma postura cautelosa, com juros ainda elevados, o que amplia o diferencial de juros em relação a outras economias e atrai fluxo de capital estrangeiro para o país — fator que tem fortalecido o câmbio e colocado o real entre as moedas que mais se valorizaram neste ano.

CONSEQUÊNCIA: Mas qual o impacto disso tudo no curto prazo? As consequências dessa valorização cambial são muitas. De um lado, ela contribui para conter a inflação, especialmente entre os bens comercializáveis, ajudando na revisão das projeções inflacionárias para baixo, como vimos recentemente. Por outro, a valorização do real, combinada com juros altos, pode enfraquecer a atividade econômica no médio prazo, especialmente se o cenário fiscal voltar a se deteriorar, como se espera em 2026, ano eleitoral. Isso pode reverter parte dos ganhos recentes, reacendendo pressões sobre preços e juros no futuro – o presidente que assumir em 2027 que se prepare! O Brasil, portanto, vive um momento de transição — beneficiado pelo câmbio mais forte e pela credibilidade monetária, mas ainda vulnerável a riscos políticos e fiscais.

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