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Relátórios de economia
8/7/2025

A nova “velha” rodada de tarifas de Trump

Por

Cristiane Quartaroli

CAUSA: Desde o início do seu mandato, o presidente dos Estados Unidos tem adotado uma política comercial marcada por constantes mudanças tarifárias — implementando novas tarifas, ampliando outras, suspendendo temporariamente algumas e até mesmo revogando certas medidas. A justificativa central tem sido a defesa da indústria e do emprego norte-americanos, com foco em fortalecer a economia doméstica frente à concorrência internacional. No entanto, essa abordagem tem causado ruídos no mercado global, gerando volatilidade, incerteza e maior aversão ao risco por parte dos investidores, especialmente em momentos de anúncios inesperados. Ontem, mais um capítulo dessa política foi escrito: o governo americano declarou a imposição de tarifas sobre todos os produtos importados do Japão e da Coreia do Sul (ainda sem data exata para serem implementadas), acirrando tensões comerciais com dois importantes parceiros estratégicos. Além disso, nesta quarta-feira, chega ao fim a trégua de 90 dias em tarifas aplicadas acerca de 100 países, elevando as expectativas e as dúvidas sobre quais serão os próximos movimentos da Casa Branca em um cenário cada vez mais sensível e imprevisível para o comércio internacional.

CONSEQUÊNCIA: A retomada das tarifas por parte dos Estados Unidos pode ter impactos relevantes para o Brasil, tanto de forma direta quanto indireta. Setores exportadores brasileiros, especialmente os que atuam em mercados com forte concorrência — como aço, alumínio, autopeças e produtos industrializados — podem perder competitividade se os EUA redirecionarem suas demandas para parceiros isentos ou domésticos. Além disso, em um cenário de maior protecionismo global, aumenta a instabilidade nos mercados financeiros e a aversão ao risco, o que pode levar à saída de capital de países emergentes como o Brasil, pressionando o câmbio (que foi o que vimos ontem) e elevando os custos de financiamento. Por fim, caso a nova rodada tarifária acirre as tensões comerciais globais, o Brasil pode enfrentar uma desaceleração da demanda externa, afetando o volume e os preços das suas exportações.

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