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11/9/25

Indicadores econômicos: o que eles revelam sobre o mercado e por que empresas precisam monitorá-los

Por

Michele Loureiro

Em um mundo globalizado, a saúde econômica de um país não se traduz apenas em relatórios técnicos: ela aparece, quase em tempo real, no valor de sua moeda. Para empresas que atuam com múltiplas moedas ou dependem do comércio exterior, acompanhar indicadores econômicos se torna essencial para fechar contratos, planejar custos e proteger margens.

“Esses indicadores influenciam quase que diretamente a percepção dos investidores sobre a saúde econômica de um país e, portanto, sobre o valor da moeda”, afirma Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.

Ela explica ainda que as empresas que trabalham com moedas internacionais devem ficar atentas aos indicadores do Brasil e de países relevantes para a economia global. Um exemplo é a divulgação do Payroll — relatório de empregos dos Estados Unidos. “Quando os dados desse indicador são divulgados e vêm mais fracos, sinalizam desaceleração da economia e reforçam a expectativa de corte de juros pelo FED (Banco Central Americano), o que tende a enfraquecer o dólar. Por outro lado, números fortes sustentam juros mais altos e fortalecem a moeda americana.”

O raciocínio se estende a outros indicadores, como PIB, inflação e taxa de juros. Cada nova divulgação mexe com as expectativas do mercado e pode gerar oscilações bruscas no câmbio — com impacto direto sobre operações internacionais. “Essas oscilações acabam afetando tambémos custos de importação, exportação, precificação de contrato, competitividade e margem das empresas”, explica Cristiane.

O papel central da taxa de juros

Segundo a economista, embora todos os indicadores sejam relevantes, alguns têm peso maior sobre o câmbio. “A taxa de juros costuma ser o driver mais direto para o mercado financeiro. Juros mais altos atraem fluxo de capital e fortalecem a moeda; juros mais baixos reduzem essa atratividade, o que pode enfraquecer a moeda.”

Na sequência, aparecem os índices de inflação (CPI e PPI), que determinam a trajetória dos juros. O Payroll vem logo depois, como termômetro-chave do mercado de trabalho americano e peça fundamental nas decisões do Federal Reserve (FED). O PIB, embora seja referência da atividade econômica, tem impacto mais estrutural e de longo prazo para as tomadas de decisão do mercado.

Empresas e decisões práticas

Para empresas que importam, exportam ou fecham contratos internacionais, entender o movimento desses indicadores é vital. “Companhias expostas ao câmbio precisam combinar planejamento financeiro com estratégias de hedge e monitoramento constante dos mercados”, destaca Cristiane.

Justamente para reduzir os riscos das flutuações causadas pelos anúncios dos indicadores, o Ouribank oferece soluções para proteger o patrimônio das empresas e garantir previsibilidade nos negócios. Entre essas ferramentas está o hedge cambial, que dá a possibilidade de fixar as cotações futuras e colabora para diminuir os custos operacionais. Na prática, é possível saber exatamente o valor total do desembolso ou dos ganhos de uma operação envolvendo moeda internacional daqui a alguns meses ou anos, independentemente do que aconteça com o dólar nesse período -- e dos indicadores no meio do caminho.

 

Ao contratar a modalidade, o empresário pode se dedicar ao negócio sem se preocupar com as variáveis externas, bem como a pessoa física pode se organizar para arcar com o valor fixo. “Atendemos clientes no middle market, que são empresas de porte menor que dificilmente encontram esse tipo de suporte e assessoria nos grandes bancos. Nosso atendimento é diferenciado e personalizado”, explica Raphael Coracini, gerente da mesa de câmbio do Ouribank.

Para Izzy Politi, superintendente executivo comercial do Ouribank, a tendência é que os indicadores continuem voláteis e cresça a procura pelas operações de hedge. “As empresas precisam se proteger”, avalia, destacando que as eleições de 2026 devem trazer ainda mais incertezas, sobretudo no campo das contas públicas.

Com relatórios de mercado, assessoria especializada e instrumentos de proteção cambial, o banco auxilia organizações a mitigar riscos e a tomar decisões mais seguras mesmo em cenários de volatilidade. “Não se trata apenas de acompanhar os números, mas de entender como cada indicador pode mexer com a moeda e antecipar movimentos para proteger o negócio”, resume a economista.

Guia rápido dos principais indicadores econômicos

A seguir, um resumo dos indicadores citados por Cristiane Quartaroli, com explicação sobre o que medem e a periodicidade de divulgação:

●     Payroll (Relatório de Emprego dos EUA)

Mede: número de empregosformais criados no país (exclui setor agrícola).
Periodicidade: mensal.
Importância: mostra a força do mercadode trabalho americano e influencia diretamente as decisões de juros do FED.

●     PIB (Produto Interno Bruto)

Mede: soma de todos os bens eserviços finais produzidos em um país.
Periodicidade: trimestral.
Importância: sinaliza se a economia está crescendo ou retraindo; tem efeito estrutural no câmbio e nos fluxos de investimento.

●     CPI (ConsumerPrice Index – Índice de Preços ao Consumidor)

Mede: variação dos preços debens e serviços consumidos pelas famílias.
Periodicidade: mensal.
Importância: principal termômetro deinflação ao consumidor; pressiona ou alivia decisões de juros.

●     PPI (Producer Price Index – Índice de Preços ao Produtor)

Mede: variação de preços pagos aos produtores, antes de chegar ao consumidor.
Periodicidade: mensal.
Importância: sinaliza pressõesinflacionárias na cadeia produtiva.

●     Inflação (em diferentes índices nacionais, como IPCA no Brasil)

Mede: aumento geral dos preços na economia.
Periodicidade: mensal.
Importância: define o poder de compra da moeda e é determinante para políticas de juros.

●     Taxa de Juros (Selic no Brasil, Fed Funds nos EUA)

Mede: custo do dinheiro definido pelo Banco Central.
Periodicidade: decisões em reuniõesperiódicas de política monetária.
Importância: indicador com impacto maisimediato sobre câmbio, crédito, investimentos e fluxo de capital.

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