Por
Michele Loureiro
No primeiro semestre deste ano, o número de operações para “compra” de dólares através dos contratos de NDF (Non Deliverable Forward, na sigla em inglês) cresceu 10,2% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, comprovam a tendência do uso de ferramentas que ajudam as empresas que realizam operações em moeda estrangeira a se proteger das oscilações cambiais.
Fatores como o desempenho da economia nacional, a expectativa pelo resultados das eleições, o cenário internacional com uma guerra em andamento e o encolhimento da economia global são componentes imprevisíveis que fazem a taxa cambial oscilar diariamente.
Justamente para tentar amenizar essa incerteza, as empresas importadoras e exportadoras podem contar com ferramentas de hedge cambial, que servem para travar a taxa de câmbio em um patamar pré-determinado e garantir que haja previsibilidade na hora da entrega ou recebimento das mercadorias.
Uma das ferramentas mais populares desta frente é o NDF, usado por empresas que desejam se blindar de uma alta ou uma queda da taxa de câmbio.
Em suma, junto com a trava de câmbio e a opção de câmbio, o NDF compõe o portfólio de hedge cambial das instituições financeiras. O Ouribank é referência em câmbio há mais de quatro décadas e realiza esse tipo de operação diariamente.
O principal diferencial da operação de NDF como ferramenta de proteção cambial é que a empresa contratante não precisa apresentar documentos de câmbio, uma vez que se trata de uma operação com instrumento derivativo referenciada em uma taxa de câmbio.
Além disso, o NDF pode ser contratado para liquidação em períodos superiores a um ano. Ou seja, esse instrumento permite ter a previsibilidade e o planejamento de negócios que exigem transações entre países em períodos mais longos.
O contrato de NDF é muito utilizado como instrumento de hedge cambial por importadores e exportadores. Suas principais características são negociação de valores, vencimento e preço futuro negociados no ato da contratação.
“Não há desembolso inicial de caixa, nem ajustes diários. A liquidação se dá em reais pela diferença financeira entre o acordado e o valor de mercado na data do vencimento”, diz Bruno Foresti, superintendente de Câmbio do Ouribank.
O principal objetivo é fixar de forma antecipada uma taxa de câmbio em uma data futura. “Um importador, por exemplo, pode contratar o banco para se proteger das oscilações cambiais e ter previsibilidade com seus gastos e ganhos. A ideia é que o empresário se preocupe apenas em desenvolver seu negócio e não com a taxa de câmbio”, explica.
Vamos pensar em um exemplo prático: uma importadora precisa pagar US$ 100 mil de suas mercadorias compradas no exterior daqui seis meses. No dia do fechamento do contrato com a parceira comercial, a taxa de câmbio é de R$ 5,20, mas não há como garantir qual será a cotação futura nesse período. Ela pode subir, elevar os custos e reduzir a margem de lucro, por exemplo.
“O importador pode usar o NDF para travar a taxa de compra dos dólares a R$ 5,20 e no fim do contrato terá o preço garantido e previsível. O valor a ser pago será em reais e calculado pela diferença da cotação no dia do fim do contrato”, diz Bruno.
No dia do vencimento da operação, caso o dólar esteja acima de R$ 5,20, o banco pagará para a empresa toda a diferença entre a taxa do vencimento e a taxa da contratação, garantindo uma previsibilidade dos volumes negociados. No cenário oposto, caberá à empresa pagar a diferença ao banco de forma negociada previamente.
Em tempos de instabilidade econômica, o NDF ganha força entre as companhias com transações internacionais. “Não há valor máximo, nem mínimo para contratar essa ferramenta. Além disso, quem determina o período da trava e a moeda em questão é o cliente. Nosso trabalho é ajudar a encontrar a melhor solução para cada negócio”, finaliza Bruno.
Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.
ouça agora