Por
Michele Loureiro
Em um cenário de câmbio volátil e economia global marcada por incertezas, exportadores brasileiros enfrentam um desafio recorrente: como garantir o valor de suas vendas em dólar quando o recebimento acontece meses depois da negociação?
Essa defasagem entre a assinatura do contrato e a entrada efetiva dos recursos pode comprometer margens e o planejamento financeiro. É justamente nesse ponto que o NDF (Non-Deliverable Forward) se torna um aliado estratégico.
O NDF é um contrato a termo de moeda em que não há entrega física dos dólares. Em vez disso, ocorre a liquidação financeira da diferença entre a taxa contratada no momento da operação e a taxa de câmbio vigente na data de vencimento. Em suma, não há desembolso inicial de caixa, nem ajustes diários.
Na prática, o exportador “trava” a taxa do dólar no dia em que fecha o contrato de NDF. Quando o pagamento em moeda estrangeira entrar meses depois, a diferença entre a cotação combinada e a cotação efetiva será ajustada financeiramente. Isso garante previsibilidade para o fluxo de caixa e protege a margem de lucro da empresa.
“Para quem vende em dólar e só vai receber no futuro, o NDF é uma forma de evitar que a variação cambial comprometa o resultado do negócio”, explica Raphael Coracini, Head da Mesa de Câmbio do Ouribank.
O NDF é especialmente indicado para exportadores e importadores que lidam com contratos em moeda estrangeira com prazos de recebimento ou pagamento futuros. Pequenas, médias e grandes empresas que atuam no comércio exterior (Comex) podem utilizar o instrumento, desde que tenham exposição real ao câmbio.
De acordo com dados do Banco Central, o volume de derivativos cambiais no Brasil cresceu mais de 25% entre 2023 e 2024, reflexo da busca das empresas por maior previsibilidade diante da volatilidadedo dólar, que chegou a variar mais de 15% em um único semestre.
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Imagine uma empresa brasileira que exporta produtos em setembro, mas só vai receber o pagamento em março. Nesse intervalo, fatores como decisões de política monetária nos Estados Unidos, oscilações de preços de commodities ou instabilidades geopolíticas podem alterar significativamente a cotação do dólar.
Se o real se valorizar nesse período, o exportador receberá menos em moeda local do que havia previsto — comprometendo margens e até a viabilidade do contrato. Com o NDF, essa diferença é compensada, e o valor a receber fica protegido contra a volatilidade.
Além disso, o NDF pode ser contratado para liquidação em períodos superiores a um ano. Ou seja, esse instrumento permite ter a previsibilidade e o planejamento de negócios que exigem transações entre países até em períodos mais longos.
No comércio exterior, contratos de exportação em dólar são prática comum. Porém, a defasagem entre embarque e pagamento sempre expõe empresas ao risco cambial. Em tempos de incerteza global — como o atual, marcado pela desaceleração da economia chinesa, eleições em grandes economias e juros ainda elevados nos EUA e Europa —, blindar o valor da exportação deixou de ser uma alternativa e se tornou uma necessidade estratégica para qualquer empresa.
“O exportador não pode correr o risco de vender bem, embarcar bem, mas perder margem por causa da oscilação cambial. O NDF garante que o resultado financeiro acompanhe o desempenho operacional”, diz Coracini.
Com mais de 45 anos de experiência no mercado de câmbio, o Ouribank se destaca por oferecer soluções personalizadas de hedge cambial, incluindo operações de NDF, sempre adaptadas ao perfil e às necessidades de cada cliente.
“O diferencial é ter ao lado um parceiro que entende o momento da empresa e oferece a solução certa para garantir previsibilidade. No Ouribank, cada cliente tem acompanhamento próximo, o que nos permite sugerir estratégias sob medida para empresas que querem crescer com segurança no comércio internacional”, destaca Coracini.
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