blog
14/3/24

Governo cria hedge cambial para investidores estrangeiros e reforça importância da ferramenta

Por

Michele Loureiro

A previsão do Banco Central, por meio do Boletim Focus*, é que o dólar encerre o ano no patamar de R$ 4,93. Nos dois primeiros meses de 2024, a moeda americana ficou abaixo dos R$ 5. As estimativas da taxa de câmbio mudam frequentemente, uma vez que a evolução da taxa depende de variáveis econômicas, políticas e de acontecimentos globais. Como é difícil prever, e acertar, a evolução do câmbio, é fundamental contar com ferramentas de proteção, que podem viabilizar negócios e abrir portas para investidores.

Essa necessidade de criar uma rede de proteção já foi reconhecida até mesmo pelo Governo Federal, que anunciou a criação do programa Eco Invest Brasil, uma ferramenta de hedge cambial, focada em oferecer proteção cambial para investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no país.

Segundo nota do Ministério da Fazenda, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai atuar como intermediário na contratação de um banco internacional que oferecerá o seguro cambial no Brasil. Caberá ao Banco Central fazer a ponte com os investidores dos projetos ecológicos no país. O Ministério afirmou que, diante da volatilidade do real, o custo da proteção cambial para prazos mais longos é tão alto que inviabiliza investimentos ecológicos em moeda estrangeira, por isso a importância do novo instrumento.

É justamente essa oscilação cambial, que aumenta custos e reduz ganhos, que está presente no dia a dia de quem realiza operações internacionais. Para auxiliar esses clientes a ultrapassarem fronteiras com segurança, o Ouribank conta com um leque de opções de proteção cambial. A ferramenta, criada para proteger as empresas das flutuações do câmbio, oferece a possibilidade de fixar as cotações futuras e ajuda a reduzir o risco cambial de uma forma eficiente e segura, além de diminuir os custos operacionais.

Há três tipos de possibilidades na hora de contratar o hedge cambial: trava de câmbio, NDF e opção de câmbio. Para decidir qual a melhor estratégia, é importante conhecer as diferenças e contar com uma assessoria especializada. Bruno Foresti, diretor de Câmbio do Ouribank, diz que não existe um padrão pronto, nem quantia mínima para buscar o hedge cambial. “Nós ajudamos cada cliente a decidir quanto do montante ele quer proteger e encontramos a melhor opção para cada tipo de negócio. A ideia é que o cliente possa focar na essência de sua operação, em vender seus produtos, e nós cuidamos da taxa cambial”, diz.

Confira a seguir um exemplo genérico, com taxas simuladas, para compreender as diferenças entre os tipos de operação de hedge cambial:

A empresa X programou, em 10 de fevereiro de 2024, uma importação de calculadoras de um fornecedor da China no valor de US$ 100 mil. Essa importação está programada para ocorrer em 10 de agosto de 2024. Nessa data, a companhia X deverá efetuar o pagamento para o fornecedor na China, que por sua vez enviará os eletrônicos para o Brasil.

O cenário no momento do fechamento do negócio é de câmbio a R$ 4,95, mas a volatilidade até a data do pagamento não pode ser calculada por depender de fatores externos. Para garantir que a operação seja segura, a empresa X procura o Ouribank e tem três opções para fazer o hedge cambial:

1. Trava de câmbio, conhecida como trava de importação

Esse produto se assemelha à operação de câmbio padrão, porém ocorre com a sua liquidação em uma data superior a dois dias úteis e inferior a um ano. A empresa X precisa apresentar, no ato da contratação do câmbio, a documentação que ampara o fechamento de câmbio de importação (Proforma Invoice emitida pelo fornecedor chinês).

Para essa operação, o banco oferece uma taxa de R$ 5,25 por dólar, totalizando um custo de R$ 525 mil, a ser pago no dia 10 de agosto de 2024. Para garantir essa operação, o banco compra hoje os dólares no mercado e carrega esses dólares na sua conta até o dia do pagamento, motivo que faz com que a cotação para liquidação em 6 meses seja superior à taxa do câmbio comercial de R$ 4,95. Para essa operação, o banco solicita à empresa X uma garantia de R$ 45 mil. No dia do vencimento da operação, não importa se o câmbio estiver R$ 5 ou R$ 5,80, a empresa X pagará ao banco R$ 5,25 por dólar.

2. Termo de moedas, também conhecido como NDF

Esse produto tem a mesma precificação da operação de trava de câmbio, porém trata-se de um derivativo. O principal diferencial dessa operação é que a empresa X não precisa apresentar documentos de câmbio, uma vez que se trata de uma operação com instrumento derivativo referenciada em uma taxa de câmbio. Além disso, o termo de moedas também pode ser contratado para liquidação em períodos superiores a um ano.

No dia do vencimento da operação, caso o dólar esteja acima de R$ 4,95, o banco pagará para a empresa toda a diferença entre a taxa do vencimento e a taxa da contratação. No cenário oposto, caberá à empresa pagar a diferença ao banco. Nessa solução o banco solicita da empresa o mesmo valor de garantia de R$ 45 mil.

3. Opção de câmbio

A empresa X informou que tem receio de uma alta do dólar, mas que ainda fica confortável com um custo por dólar de até R$ 5,60. Acima desse valor, a operação fica inviável. Pensando nisso, o Ouribank oferece para a empresa uma solução chamada opção de câmbio, por meio da compra de uma call (opção de compra) de dólares para o dia 10 de agosto de 2024. Nessa estrutura, o Ouribank vende para a empresa um direito de comprar US$ 100 mil dólares no dia do vencimento a R$ 5,50. Para essa operação o banco cobra um valor de R$ 12 mil. No vencimento, caso o dólar esteja superior a R$ 5,50, o banco pagará para a empresa toda a diferença, mas caso o dólar esteja abaixo de R$ 5,50 a empresa poderá simplesmente abrir mão do seu direito de receber o ressarcimento (uma vez que não haverá valor a ser ressarcido) e então comprará os dólares na taxa de mercado.

É importante ressaltar que os exemplos desconsideram eventuais custos decorrentes de tributação e impostos, sejam esses por decorrência de ganho de capital ou por contratação de alguma outra modalidade de câmbio, que não seja de importação. Também não foram considerados eventuais custos aduaneiros, de frete ou de seguro. Todas as taxas e custos apresentados são meramente ilustrativos, servindo apenas como base de cenários para exemplificar cada uma das soluções. Para encontrar a opção que melhor se adapta às suas necessidades e à sua empresa, entre em contato com a gente e solicite uma conversa com um especialista. O Ouribank tem mais de 40 anos de experiência e pode ser o parceiro ideal para o seu negócio.

*última divulgação 23/02/24

ouça nosso podcast!

Economia do dia a dia

Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.

ouça agora