blog
22/8/25

Drex: o que mudou e o que esperar da moeda digital do Brasil

Por

Carolina Fanin

Nos últimos anos, o Drex — também chamado de Real Digital — tem ganhado espaço nas discussões sobre o futuro do sistema financeiro. Em 2023, falava-se em um lançamento rápido, com uso de blockchain, tokenização de ativos e até contratos inteligentes. Hoje, o cenário é diferente: o cronograma mudou, o projeto foi reformulado e a primeira versão terá outro foco.

Mas, afinal, o que é o Drex e como ele deve funcionar daqui para frente?

O que é o Drex?

O Drex é a moeda digital do Brasil, emitida pelo Banco Central. Ele não é uma criptomoeda, mas uma versão digital do real, com o mesmo valor e lastro. A ideia é que sirva como infraestrutura tecnológica, capaz de tornar operações financeiras mais rápidas, seguras e integradas.

O que mudou desde 2023?

O projeto passou por ajustes importantes:

  • Lançamento adiado para 2026, em vez de 2024 como inicialmente previsto.
  • Primeira fase sem blockchain: o modelo atual será centralizado, controlado pelo Banco Central.
  • Uso restrito ao sistema financeiro: a etapa inicial não será voltada ao público em geral, mas sim a instituições como bancos e cartórios.
  • Foco em eficiência: o Drex vai começar como uma ferramenta de bastidores, melhorando processos de crédito e registro de garantias.

Questões frequentes sobre o Drex

Como o tema desperta debates, algumas dúvidas comuns também merecem atenção:

  • Dinheiro em espécie continuará existindo: o Drex não substitui cédulas e moedas, que seguem em circulação normalmente.
  • Privacidade é preservada: a moeda digital seguirá as mesmas normas de sigilo bancário e proteção de dados já aplicadas hoje no sistema financeiro.
  • Não há previsão de novos impostos: o Drex não cria tributos adicionais nem altera a forma como a Receita Federal atua.

Esses pontos ajudam a esclarecer percepções que muitas vezes circulam de maneira equivocada no debate público.

Como será o Drex na prática?

Na primeira fase, prevista para 2026, o Drex será usado para reconciliação de gravames, ou seja, um sistema que organiza e valida garantias oferecidas em operações de crédito.

Para o cidadão, essa etapa inicial terá impacto indireto: processos de crédito podem ficar mais ágeis e seguros, mas sem mudanças visíveis no dia a dia.

E no futuro?

O Banco Central ainda estuda novas aplicações. Em fases posteriores, podem voltar à pauta elementos como:

  • tokenização de ativos,
  • contratos inteligentes,
  • e serviços mais próximos do consumidor final.

A ideia é avançar gradualmente, acompanhando a evolução da tecnologia e da regulação.

O Drex representa um passo importante na modernização da infraestrutura financeira brasileira. Ele não substitui o dinheiro físico, não muda a forma como pagamos impostos e, pelo menos por enquanto, não será usado diretamente pela população.

Em sua primeira versão, funcionará como uma ferramenta de bastidores para o sistema financeiro, preparando o caminho para futuras inovações que poderão transformar ainda mais a forma como lidamos com o dinheiro no país.

ouça nosso podcast!

Economia do dia a dia

Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.

ouça agora