Por
Michele Loureiro
Falta de previsibilidade do câmbio pode ser controlada com contratação do hedge; modalidade somou R$ 9,5 bilhões no Ouribank no primeiro bimestre do ano.
O dólar começou o ano no patamar dos R$ 6,50 e em maio está próximo da casa dos R$ 5,60. A queda, motivada por fatores diversos como a disputa comercial entre Estados Unidos e China e questões políticas internas, pode ser uma oportunidade de negócio para empresas brasileiras que atuam no cenário internacional, mas, também, requer planejamento para garantir previsibilidade.
Segundo Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, as companhias que dependem de insumos ou produtos importados, como setores de varejo e tecnologia, podem ver uma redução nos custos nos contratos fechados em período de baixa do dólar. “Consequentemente, isso acaba melhorando a margem de lucro dessas empresas”, diz.
Outro segmento beneficiado com a queda da moeda americana é o de turismo, com o arrefecimento dos preços e um possível aumento na demanda por destinos fora do país. Nesta toada, o setor aéreo também deve registrar bons resultados, com custos amortizados pelo dólar mais baixo e o aumento de passageiros com um cenário mais favorável de preços para quem deseja voar.
Apesar de o cenário ser favorável para alguns setores, outros acabam sendo penalizados pela oscilação da moeda. Caso do agronegócio, frente que se apoia na exportação e pode ter redução de ganhos com a moeda americana enfraquecida.
Segundo Cristiane, quem lida com moedas estrangeiras precisa compreender que tudo pode mudar rapidamente. Para ela, a única certeza relacionada ao câmbio é que ele pode oscilar a todo momento. “Essa volatilidade é o grande desafio das empresas que transitam no ambiente internacional. Afinal, a alta ou a queda brusca do dólar impacta diretamente na última linha do balanço”, diz.
A foto atual do cenário estrangeiro inclui alguns fatores relevantes para serem acompanhados. A questão tarifária entre Estados Unidos e China, que ganha capítulos novos praticamente todos os dias, é a principal delas. Com as duas potências entre ameaças e tréguas momentâneas, a economia global oscila a cada pronunciamento e isso deve ser o principal assunto ao menos nos próximos meses. “Essa volatilidade impacta no mercado de câmbio e as decisões sobre as taxas de juros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, também acabam influenciando o fluxo de capital ao redor do mundo”, afirma a economista.
Além disso, as notícias domésticas também impactam no valor da moeda. Os assuntos internos em destaque convergem para a aprovação do pacote de ajuste fiscal e sua real eficácia e a questão dos gastos públicos. “Se esses temas não forem endereçados, podem impactar de forma negativa o real”, afirma Cristiane.
Segundo a economista, a tendência é que o patamar do dólar fique mais baixo nos próximos meses. Contudo há preocupação com uma possível recessão nos Estados Unidos e isso acaba trazendo volatilidade para câmbio. “Esse contexto gera aversão ao risco e acaba pressionando as moedas emergentes de forma geral. A taxa de câmbio é uma caixinha de surpresas e a volatilidade do câmbio pode prejudicar o planejamento financeiro das empresas ao dificultar a previsão de custos e receitas futuras”.
Justamente para mitigar esses riscos causados pelo sobe e desce da moeda americana, o Ouribank oferece soluções para proteger o patrimônio das empresas e garantir previsibilidade nos negócios. Com uma gama de produtos de hedge cambial, o banco é um dos principais atores no mercado financeiro nacional a disponibilizar ferramentas de proteção para seus clientes.
O hedge é um mecanismo criado para proteger pessoas físicas e empresas das flutuações do câmbio. No Ouribank, as operações desse tipo chegaram a R$ 9,5 bilhões em janeiro e fevereiro, um crescimento de 352% em relação ao mesmo período de 2024. Ao todo, foram realizadas 2,2 mil transações, um salto de 320%.
Por meio dessa ferramenta, há a possibilidade de fixar as cotações futuras e reduzir o risco cambial de forma eficiente e segura, além de diminuir os custos operacionais. Na prática, é possível saber exatamente o valor total do desembolso ou dos ganhos de uma operação envolvendo moeda internacional daqui a alguns meses ou anos, independentemente do que aconteça com o dólar nesse período.
O hedge cambial traz um elemento importante para quem negocia em moedas internacionais: a previsibilidade, que independe de decisões políticas ou de disputas comerciais. Ao contratar a modalidade, o empresário pode se dedicar ao negócio sem se preocupar com as variáveis externas, bem como a pessoa física pode se organizar para arcar com o valor fixo.
O produto com foco em proteção é indicado para quem está exposto a riscos e deseja minimizar as possibilidades de perdas decorrentes deles. E, nesse caso, valem riscos de naturezas diversas: pode ser o caso de quem tem uma empresa importadora, uma carteira de ações, de quem possui ou produz ativos físicos sujeitos a variações de preços ou ainda para quem tem algum nível de exposição a moedas estrangeiras. Qualquer pessoa ou empresa pode contratar a ferramenta.
Especialista em câmbio há mais de quatro décadas, o Ouribank possui especialistas prontos para compreender as necessidades dos clientes e indicar a ferramenta mais adequada para cada tipo de operação. “Atendemos, no Middle Market, empresas de porte menor que dificilmente encontram esse tipo de suporte e assessoria nos grandes bancos. Nosso atendimento é diferenciado e personalizado”, explica Raphael Coracini, gerente da Mesa de Câmbio do Ouribank.
Para Izzy Politi, superintendente executivo comercial do Ouribank, a tendência é que o ano continue volátil e que sejam realizadas mais operações de hedge no banco do que no ano passado. “O cliente precisa se proteger”, avalia, destacando que as eleições de 2026 devem trazer ainda mais incertezas, sobretudo, no campo das contas públicas.
Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.
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