blog
1/2/20

Ano Novo Chinês: os motivos de festa e preocupação da segunda maior economia do mundo

Por

Michele Loureiro

O Ano Novo Chinês é o maior feriado mundial e, antes da pandemia, as comemorações movimentavam cerca de US$ 150 bilhões. Apesar de ainda ter bons motivos para comemorar, a data também marca um sinal de alerta na segunda maior economia do mundo.

A mudança do calendário lunar, celebrada hoje (1º de fevereiro), atrai a atenção por sua grandeza e segue reforçando a importância da China na economia global. A conhecida Semana Dourada Chinesa, que começa sempre na véspera do Ano Novo Lunar, acontece entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro e é considerada um feriado nacional.

Apesar dos dias de festa que estão acontecendo, os chineses vão precisar da ajuda do Tigre para seguir com a economia crescendo. De acordo com a Astrologia Oriental Chinesa, 2022 será o ano do Tigre e o signo trará um dinamismo fora do comum para as ocorrências do âmbito global.

Os números chineses

A boa notícia é que apesar dos efeitos da pandemia, o PIB chinês cresceu 8,1% em 2021 e superou a meta do próprio governo, que estimava uma expansão de 6% no ano.

Mas os desafios da China passam por uma desaceleração observada no último trimestre do ano passado. A economia cresceu apenas 4% no último trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020 – um  ritmo mais lento em um ano e meio.

O crescimento trimestral foi o menor desde o ‘fundo do poço’ do segundo trimestre do ano passado, quando as restrições impostas pela pandemia fizeram a economia chinesa avançar 3,2%.

E é justamente a pandemia que está trazendo perspectivas mais fracas para a economia do país asiático. A China adota a política de “Covid Zero” com medidas restritivas bastante rigorosas e lockdowns a qualquer sinal de novas infecções pelo Coronavírus. O surto da variante Ômicron no país piorou esse cenário.

Economistas alertam que a abordagem para conter o vírus pode significar sérios problemas para a economia em 2022. O Goldman Sachs, por exemplo, reduziu a projeção de crescimento econômico chinês em 2022 para 4,3%, pouco mais da metade da cifra de 2021.

Isso porque essa política de contenção pode levar a interrupções de produção e logística no curto prazo. Por isso, além da festa que deve ter ares diferentes esse ano, sem aglomeração, o mercado financeiro acompanha as próximas decisões do governo para conter o avanço da pandemia e espera para ver como ficarão os números da segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A força histórica da China

O Ano Novo Chinês atrai olhares do mundo todo durante a sua celebração. Geralmente, turistas de todas as partes do globo vão até a China participar das celebrações suntuosas. Esse ano, contudo, as festas devem ter um porte bem menor, já que as fronteiras estão fechadas para conter o avanço da pandemia.

Ainda assim, a robustez da China não perdeu força e ao longo das últimas décadas reforça sua relevância no cenário global. Para se ter uma ideia, com 1,43 bilhão de habitantes, a China começou o novo milênio dona de um PIB de US$ 1,2 trilhão. Vinte anos depois, ele batia os US$ 15 trilhões. No mesmo período, nenhum país cresceu e se transformou tanto como a República Popular da China.

IMAGEM

ouça nosso podcast!

Economia do dia a dia

Um resumo dos principais acontecimentos de cada dia que podem influenciar na taxa de câmbio, tudo isso em menos de 1 minuto.

ouça agora